segunda-feira, 1 de janeiro de 2007
















ai que a vida é um regalo
vazio de pouco visgo
muito talo
ai que de doce
minguado
bagaço é o que resta
verde pastosa
espera-se muito
garapa azeda
gosto amargo
que embriaga
como cachaça
e enverga o prumo
tal que eu sem rumo
vou ao encontro do nada
do meu rasgo impune
que só me faz o que sou
cana-de-açúcar
que canaliza o verbo
e açucara as palavras
para apenas dizer
que sobra
a amônia e do azoto
a mim o arroto
dentro das horas tardias.