quinta-feira, 15 de novembro de 2007



























ainda trago-te marcado em mim
como o último trago
como o único gozo
em seus olhos negros
eu sua cabeleira ao vento
montado nos segredos soturnos
cavalgando as elegias
duma noite sem lua
trago-te
é a fumaça que me embriaga
os olhos da taça de vinho
o respirar profundo
o amor defunto
quisera te deixar descansar
em teu sono eterno...

mas ainda trago-te marcado em mim
como a última gota
como o único cale-se
em meus olhos negros
na minha cabeleira ao vento
montada em sua carne latejante
cavalgando as alegorias
duma vida sem lume
trago-te
é porre de menina-moça
o hímen desvirginado
o suspirar profundo
o gozo moribundo
quisera que eu desistisse
eu sou o sono eterno...

quinta-feira, 1 de novembro de 2007























a chama da aparição
ainda queimava
e a pele rubra
lambia-me

ventre e existência
em farrapos

a fumaça atravessava-me
feito besta-fera
galopava em olhos
vidrados que refletiam
a carga do fenecer e vagar

na leveza da dor flutuava
pálpebra, olho e caos.