quinta-feira, 1 de março de 2007



















Cabe-me um sonho vão
E a crença plena de que nada vingará
O esboço discreto e perfeito
Do fracasso.

Fadiga-me a vida
Dispersa-me o cativeiro
Tão tênue, tão nocivo
Que quase não tem sentido.

Falso, reles, louco
Cabe na desventura do tormento
Vive na lamúria do pouco
Seca na indignação do nada.

Cabe-me ainda um sonho vão
Que permanece sereno
Sem pressa de acontecer
Sem medo de perecer.